Processo seletivo de Produto: conseguindo o emprego dos sonhos!
Equipe de conteúdo - PM3

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Na PM3 Lives de outubro, o Marcelo Abreu, que atua como Chief Product Officer (CPO) na Linkana, é ex-head de Produto da Kenoby e instrutor do curso de Product Discovery da PM3, deu dicas incríveis sobre como se sair bem em um processo seletivo de produto

Nesse post você vai conferir tanto o ponto de vista do recrutador (o que eles querem atingir, o que eles pensam, como vão te avaliar), quanto o ponto de vista do candidato (dicas, o que fazer para se destacar nos processos, como passar por cada etapa etc).  Vamos ao texto!

Como é constituído um processo seletivo?

processo seletivo de Produto varia muito de empresa para empresa, mas os principais grupos de tarefas em cada uma das etapas é similar para todas. 

O primeiro ponto para conseguir mandar super bem em um processo seletivo é tentar entender a cabeça de quem está te selecionando. O processo seletivo é constituído por quatro principais etapas: atração, triagem, qualificação e contratação. 

Abaixo, nós detalhamos o  esperado para cada etapa – confira os jobs to be done dos recrutadores em cada fase do processo! 

Atração 

  • Atrair ótimas pessoas o mais rápido possível 
  • Conseguir transmitir bem o que é necessário para a vaga 
  • Receber pessoas aderentes à cultura da empresa

Triagem 

  • Selecionar pessoas que estejam no perfil da vaga 
  • Acabar essa etapa o mais rápido possível 
  • Chegar na meta de pessoas para a próxima etapa 

Qualificação 

  • Conseguir identificar o potencial das pessoas 
  • Verificar se as pessoas passam por todos os critérios 
  • Identificar como seria a pessoa trabalhando na empresa 

Contratação 

  • Garantir que contratou a melhor pessoa 
  • Assegurar que a pessoa contratada se sinta bem no processo
  • Promover um ótimo onboarding 

Como buscar a empresa certa para mim?

Em produtos digitais, existem diversos tipos de empresas, de cultura, de modelo de negócio, de etapa e maturidade de produto. Confira alguns modelos abaixo:

  • Delivery team – é um time onde o foco são as entregas. Geralmente há um Product Owner e um backlog para ser organizado com priorização das tarefas – provavelmente você terá que fazer essa gestão. Esse modelo tende a ser de empresas muito grandes, que possuem processos lentos e buscam a digitalização. 
  • Feature team – a maioria das empresas de startups e digitais do Brasil se encaixam nesse aspecto. Existe um desenvolvimento ágil, mas geralmente é um time voltado para o negócio, com grande participação do time executivo, onde há um Head de Produto ou um CPO que definirá o roadmap de produto que os squads devem seguir. 
  • Empowered Product team – na maioria das vezes, os times de produtos empoderados estão em empresas top de tecnologia, que já aplicam as melhores práticas de produto, processos de OKR e KPI bem definidos e confiança mútua entre os times.

Você aprenderá skills diferentes em cada um desses três mundos! 

Tipos de modelo de negócio

Em cada tipo de modelo de negócio, há estágios, métricas de Produto, aprendizados e contatos diferentes.

No livro Lean Analytics: Use Data to Build a Better Startup Faster, você encontra as métricas que mais importam em cada nível de maturidade do produto e em cada um desses modelos de negócio – vai te ajudar a abrir a mente! 

As maturidades do produto

Na empresa que você quer ingressar, você poderá encontrar o produto em diferentes fases:

  • Aquele produto que está nascendo agora, onde há um cenário de incertezas muito grande e você terá que produzir o trajeto do zero – estruturar métricas, roadmap, exploração, experimentação etc.
  • Produtos que já passaram pela onda de incerteza, pela fase do product market-fit e precisam começar a estruturar os processos de escala – você terá que desenvolver o processo de organização, documentação, entender o modelo de trabalho que melhor se encaixa com a empresa, técnicas de padronização, metodologias de discovery etc. 
  • O modelo de produto de empresas que estão no top gear da cultura de produto – você não terá a liberdade de explorar e criar um produto do zero. Seu papel será sobre otimização de processos, growth, conversão, retenção, número de leads etc. 

Trabalhar com cada um desses tipos de produto é bem diferente, portanto, essas informações são muito importantes na hora de buscar uma vaga. 

Organize-se! 

O conselho aqui é utilizar alguma ferramenta para acompanhar seus processos seletivos. Nesta ferramenta você pode listar: empresas que você quer analisar, para saber se faz sentido para você; empresas que já se candidatou; quais você já fez entrevista e quais você  está esperando o feedback. 

Se você está desempregado ou ainda não está na área de produtos mas quer entrar, a organização é extremamente importante. Aqui no blog da PM3 temos uma editoria completa chamada “Carreira em Produto”, nela temos diversos textos sobre processos seletivos.

Busque informações! 

Abaixo uma lista das principais informações que você deve buscar antes de querer ingressar em uma empresa. 

Tente descobrir a rotina das pessoas que já trabalham naquela empresa.

Importante: A reputação da companhia com o consumidor tem TUDO a ver com a cultura da empresa. 

Como ser chamado para uma entrevista? 

Depois de identificar a empresa que faz mais sentido para você, chegou a hora de ser chamado para a entrevista. 

86% dos candidatos não passam pela etapa de triagem – tudo depende da metodologia e da ferramenta que a empresa irá utilizar para cumprir essa etapa do processo seletivo. Veja abaixo algumas: 

Se a empresa usa um software antigo ou realiza processos de forma antiga, isso quer dizer que o RH não é muito evoluído, então, eles irão fazer a análise curricular 1 a 1: pegar currículo por currículo e ler. 

Nesse formato, quando os recrutadores atingem a meta de candidatos, eles não lêem o restante dos currículos, por isso muitas vezes não dão feedback para quem se candidatou e você acaba nem passando pela parte de triagem. 

Confira abaixo algumas dicas para seu currículo ser selecionado na etapa de triagem! 

  • O currículo que é anexado no e-mail ou dentro de uma página de carreiras, deve ter apenas uma página – tente resumir o máximo possível, pois o CV anexado é mais visualizado do que os campos preenchidos.
  • Destaque suas informações mais importantes e use isso ao seu favor – nessa análise, seus cursos contam bastante, principalmente os que tem mais renome (alô, PM3!), então não esqueça de colocar. 
  • Quanto mais rápido você se candidata a partir do momento de abertura da vaga, maior será sua chance de ser chamado para a próxima etapa. 
  • Leia o job description: não é porque está escrito Product Manager, que significa que você se encaixa para aquela oportunidade. Deve-se saber as ferramentas utilizadas, o tipo de produto, as skills necessárias etc. 
  • Para quem não é da área e quer entrar: busque fazer projetos paralelos de produto. Tenha cases para mostrar na entrevista. Quanto mais exemplos e dados você tiver sobre o seu trabalho, melhor será o seu desempenho. 
  • Se a empresa utiliza inteligência artificial para triagem, aqui vai uma dica: leia o job description, busque as palavras-chave da vaga e coloque no seu currículo. Isso te ajudará a ter um ranqueamento melhor. 
  • Aquelas candidaturas com uma bateria de testes parecem ser longas, chatas, complicadas… mas elas são a sua maior chance de mostrar o seu potencial, principalmente para você que não é da área e quer entrar. Na hora de responder esses testes, invista tempo – faça com calma e atenção, pois a nota que você tira é super importante para saber se você irá passar nessa etapa ou não. 

Como se candidatar rápido? 

Há maneiras de se organizar para se candidatar o mais rápido possível em uma vaga. 

  • Utilize o Google Alerts em empresas que te interessam: toda vez que indexarem uma vaga, você receberá uma notificação. 
  • Linkedin Alerts: você pode filtrar por palavras-chave, empresa, localização e muito mais. Assim que a vaga estiver disponível, o LinkedIn te enviará uma notificação pela plataforma e por e-mail também. 
  • Comunidades de produto: utilize algum canal de oportunidades no Slack e faça uma automatização no Zapier. Toda vez que chegar uma mensagem no canal, você receberá um e-mail ou uma mensagem no WhatsApp (o que preferir) e assim poderá manter esse acompanhamento. 

A origem da candidatura faz diferença?

Não deveria fazer, mas faz! Para as vagas onde você é indicado, a chance de olharem o seu currículo é muito maior.

Geralmente, as origens de maior conversão são: hunting (recrutador procura por perfis de interesse nas redes sociais), indicação e página de carreira da empresa. 

Como mandar bem nas entrevistas de Produto? 

Depois de encontrar a vaga ideal para você, chegou a hora de saber como se sair bem durante o processo. É necessário foco e dedicação para essa etapa.

Conheça os três principais grupos de entrevista que provavelmente você irá enfrentar: 

Em 80% dos casos, você terá que desenvolver um case, pois isso tem uma enorme relação com o que você fará diariamente no seu trabalho. Existem dois métodos onde geralmente avaliam a sua performance: avaliação cognitiva e case prático do dia a dia. 

Na entrevista de cultura, as competências que irão analisar em você são: aderência com a cultura da empresa e perfil comportamental. Com os gestores, eles tendem a avaliar o seu histórico profissional, o que você já atingiu em sua carreira, quais são os seus cases de sucesso e os resultados. 

Somente na etapa final, que é a resolução do case, irão avaliar as suas hard skills, técnicas de produto e a sua capacidade cognitiva.

Prepare-se para as perguntas

Isso varia muito de empresa para empresa, pode variar de acordo com o modelo de negócio, o mercado e a maturidade do produto. Porém, no geral, eles irão perguntar e avaliar sobre as questões abaixo: 

  • Soft skills – liderança, comunicação, aprendizagem rápida, resiliência 
  • Hard skills – negócios, análise de dados, técnicas de produto, processos ágeis 
  • Cultura – estilo de trabalho, valores, comportamento, hobbies 

Dicas essenciais: 

  • Foque em Outcomes, não em Outputs – eles querem saber o efeito que você gerou de fato, e não no que você fez. Saiba exatamente qual foi o resultado e a sua participação dentro dos projetos anteriores;
  • Sempre use situações reais que aconteceram;
  • Seja transparente;
  • Faça perguntas no final;
  • Se prepare, treine, anote as possíveis perguntas que você acha que podem te fazer e as respostas que você pode dar. 

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