5 desafios da gestão de produto de plataforma
Equipe de conteúdo - PM3

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Panorama do Mercado de Produto

Na manhã desta quarta-feira (14 de dezembro), a PM3 acompanhou a palestra de Renata Nobre (Senior Product Manager na unico IDtech) no segundo dia do Product Camp 2022. Na ocasião, ela destacou que os desafios de gerir produtos de plataforma não são muito diferentes da área de Produto no geral, mas podemos destacar algumas peculiaridades que precisam de atenção.

Segundo a palestrante, a questão principal é que a visão de produto de plataforma é mais pro e menos focada. Por essa razão, as equipes que trabalham em empresas desse tipo podem enfrentar algumas dificuldades que demais times de Produto geralmente não vivenciam.

A seguir, preparamos um resumo com os 5 principais desafios apresentados por ela, assim como suas dicas para lidar melhor com cada um deles. Confira:

1. Descobrir tudo o que pode significar uma plataforma

Um dos maiores desafios da comunicação é transmitir a mensagem pretendida e garantir que ela seja compreendida, porque cada um tem seu ponto de vista – influenciado, entre outras coisas, pela cultura e pelas experiências vividas.

Ao pedir a alguém que explique a palavra “manga”, por exemplo, você poderá receber respostas diferentes (sob a perspectiva de fruta ou de camisa). A mesma situação pode ocorrer com a palavra “banco”, cujo significado pode ter uma relevância diferente para pessoas de contextos diferentes.

Da mesma forma “plataforma”pode ser um app, um framework, um modelo de negócio, um CRM, produto, empresa, etc. Para demonstrar melhor toda essa abertura que o conceito ainda apresenta, Renata trouxe uma linha do tempo com a evolução das definições da palavra:

  • Século XVI: primeiros registros da palavra, servia tanto para se referir a uma superfície elevada, como para uso de metáfora;
  • 1990: remetia à economia de plataforma, sem foco no online;
  • 2000: remetia à modelo de negócio plataforma;
  • 2018: conceito ainda ambíguo dentro da literatura de Sistemas de Informação e gestão.

Ainda assim, hoje já conseguimos encontrar algumas informações que permitem uma delimitação do termo. De acordo com a apresentação, hoje os contextos mais comuns são:

  • Economia de plataforma: atividades econômicas e sociais facilitadas por plataformas;
  • Modelo de negócio plataforma: transacional, inovação, investimento e integrado;
  • Produtos platafoma: redes sociais, aplicativos digitais;
  • Times plataforma: times que seguem uma estrutura similar ao que propõe o livro “Topologia dos times“.

2. Descobrir qual o seu modelo de plataforma

Para descobrir qual modelo de plataforma se encaixa ao seu contexto, Renata destaca 4 pontos que devem ser observados:

  • Visão da liderança: entenda a visão de quem está liderando a construção desse produto;
  • Visão do time: entenda a visão de quem está construindo esse produto;
  • Cenário atual: entenda o cenário atual (as-is) para conseguir entender a distância que está do cenário idealizado (futuro);
  • Histórico: entenda como nasceu a ideia e quais foram as apostas/hipóteses já testadas.

Trazendo como exemplo a unico, Renata comenta que antes o modelo era transacional, mas pensando estrategicamente a equipe agora planeja migrar para um modelo plataforma integrada, uma vez que eles têm vários produtos voltados para empresas e também para pessoas.

3. Explicar (e realinhar) essa definição

Na unico, por exemplo, Renata compartilha que a estratégia de alinhamento se dá por meio do que eles chamam de roadshow, que nada mais são do que reuniões únicas e pensadas especificamente para cada área. Assim o alinhamento é baseado na visão de cada time, garantindo uma troca muito mais clara e assertiva sobre o que é a plataforma e qual o papel de cada equipe em relação a esse produto.

4. Alinhar a construção de uma plataforma por vários times

Quando muitos times são envolvidos na criação da plataforma, é preciso garantir algumas boas práticas essenciais, como:

Definir barreiras e responsabilidades:

  • Quanto mais times forem, maior o desafio e a necessidade dessa definição;
  • Crie padrões para que todas as partes conversem e haja a construção de um todo.

Comunicar:

  • Organize a documentação do que já existe;
  • Alinhe as evoluções de forma recorrente;
  • Comunique o andamento do todo.

5. Entender o valor da plataforma

Pensando no retorno do investimento, é importante entender o valor do produto e acompanhar seu crescimento. Renata aponta que definir OKRs compartilhados é uma estratégia muito útil para esse objetivo, inclusive.

No caso de uma forma transacional, por exemplo, o valor gerado está nas pontas. Por outro lado, pensando em plataformas técnicas, o ganho está na eficiência operacional (custo menor de desenvolvimento e redução do time do market de novos produtos).

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