Gibson Biddle e a cultura de produto mundial na Netflix - Cursos PM3
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10 Perguntas e respostas em entrevistas para Analista de Dados

Desenvolver uma cultura dentro de uma empresa não é tarefa fácil. Lidamos com ambientes diferentes na economia, pessoas com comportamentos e habilidades diferentes também. Conseguir fazer que tudo isso mire num único caminho é bem complexo.

Hoje vamos entender um pouco mais da cultura da Netflix, uma das mais famosas e queridas companhias para se trabalhar no mundo. Como eles encaram o desafio de construir uma cultura, como trabalham e como promovem isso dentro da companhia?

É sobre isso que Gibson Biddle, VP de Produto da Netflix, falou no Product Over Lemonade (abaixo), uma série de vídeos colaborativos no canal do Youtube da Productized.

A definição de cultura

Criar uma cultura é resolver um problema. Conforme a empresa cresce, mais complexa ela se torna e isso exige que uma forma de trabalhar e ser vista precise ser definida. É necessário criar mais regras e processos.

Ao criar regras e processos é preciso ter cuidado para que isso não iniba a criatividade e o talento dentro das companhias, justamente num momento em que os dois são necessários. Portanto, há uma forma melhor de lidar com isso?

A cultura é uma ferramenta de decisão e liderança. Ajuda a empresa a articular melhor com seus colaboradores e evita regras e processos desastrosos.

Cultura é como você se comporta quando ninguém está te observando. Não é um comportamento imposto ou forçado. Está relacionada a quem você contrata, demite e promove. Identifica as habilidades e comportamentos que você busca nos seus funcionários.  E é um entendimento comum dos princípios e valores da companhia.

E a cultura tem alguns mecanismos. Então não é suficiente ter um quadro com várias frases prontas pendurado na parede, perto do bebedouro. É preciso criar maneiras de levar essas ideias para a vida. Temos que estar constantemente ativos para alcançar os comportamentos desejados no dia a dia.

Isso tudo está bastante associado com as decisões sobre as pessoas que fazem parte da empresa ou fizeram, de alguma forma. As pessoas têm um papel fundamental na definição e na disseminação da cultura.

Para se criar uma cultura, também é necessário tomar uma série de decisões difíceis.  Escolher entre a liberdade e o controle é uma delas. Na Netflix, por exemplo, se você assiste a um filme ruim, nada de mais vai acontecer. Então eles incorporam a liberdade. Outra empresa, como a Boeing, não pode falhar, pois pode acontecer uma catástrofe. Por esse motivo, precisam ter mais controle. As empresas precisam entender em qual ambiente elas vivem e em qual espectro elas se encaixam.

Outra decisão complicada é escolher entre ser totalmente transparente ou guardar mais informações. A Netflix é bem transparente. Os funcionários sabem quais são os resultados do trimestre um mês antes de serem publicados na Wall Street. Mas uma empresa como a Apple, por exemplo, precisa ter informações mais restritas. Eles têm planos de desenvolvimento de hardwares e softwares que serão executados dois anos depois de criados e não podem, em nenhuma hipótese, serem expostos ao mercado.

E um outro ponto, este ainda mais difícil de lidar, é se a empresa vai se comportar como uma família (e a forma de pensar sobre demitir ou promover uma pessoa é ainda mais complicada), ou se comportar como um clube, como um pro team ou como a Netflix tem se comportado nos últimos cinco anos: indo de um pro team para um dream team, no qual a melhor pessoa trabalha em qualquer cargo, pois não existe bom ou ruim na Netflix.

É muito importante que a disseminação da cultura tenha um dono. A empresa precisa compreender que é formada por pessoas diferentes e precisa manter o diálogo com elas. Muitas vezes, ninguém se torna responsável por disseminar essa cultura e fazer com que ela aconteça e se torne algo orgânico dentro da companhia. E este é um erro crucial na implementação.

A Cultura da Netflix

A Netflix é uma empresa transparente, e que estimula a liberdade e independência. Abaixo, alguns princípios da cultura da empresa para nos inspirarmos:

  • Encorajar os funcionários a serem tomadores de decisão;
  • Compartilhar informações abertamente, de forma ampla, deliberadamente;
  • Ser extremamente sincero;
  • Manter apenas as pessoas eficazes;
  • Promover a liberdade e a responsabilidade;
  • Evitar as regras.

Pessoas muito talentosas não precisam de regras, nem de processos. Essa é a ideia.

Os principais comportamentos que a Netflix procura, atualmente, são: bom senso, comunicação, curiosidade, coragem, paixão, altruísmo, inovação, inclusão, integridade e impacto. Você pode checar este valores, com mais detalhes, no site deles.

Na Netflix, eles não acreditam em “seguir as melhores práticas de mercado”, porque cada empresa trabalha de uma forma. E não é diferente com eles. A forma como eles usam as “boas práticas” com seus funcionários é super diferente. Por exemplo, a Netflix promove o espírito da sinceridade e da confiança, portanto, os funcionários não têm um tempo pré-determinado de férias, por exemplo. Eles tiram férias quando quiserem. Tomam a lealdade como algo orgânico, como o orgulho de pertencer àquela companhia. Ou seja, trabalham de uma forma que o emprego torna-se algo divertido e parte da vida do funcionário, excluindo o sentimento de obrigatoriedade sobre tudo que, geralmente, existe nas empresas.

O modelo DEL

A forma de trabalhar a cultura, na Netflix, até tem um nome. Chama-se DEL (Define it, Edit it and Live it). Ou seja:

  • Primeiramente, defina a cultura da empresa, de acordo com os princípios, valores e objetivos. Pense nos comportamentos e habilidades que procura, o que quer atrair e do que quer se manter longe. Dê um dono para isso. Alguém precisa ajudar a promover a cultura dentro da empresa.
  • Depois, teste tudo isso. Veja se funciona. Se não, faça as mudanças necessárias e novos experimentos. Dê espaço para pessoas novas que entram na empresa, talvez elas tragam uma boa carga de cultura e podem ajudar a definir ainda melhor este espaço.
  • Viva essa cultura, de verdade. Encontre formas de sair da teoria e levar esta cultura para o dia a dia. Faça as mudanças necessárias, contrate, demita, promova pessoas. Questione sempre e esteja pronto para novos desafios. Comemore quando chegar lá, junto com a equipe.

Uma frase de Dave Gray resume muito bem com a cultura deve ser encarada dentro das empresas: “A cultura é como a água para um peixe. Você não pode vê-la e é difícil saber exatamente o que ela é, mas ela domina tudo o que fazemos, tudo o que é possível.”

Você não precisa mudar a cultura da sua empresa para uma como a da Netflix. Isso é determinado pelos objetivos e valores. Apenas atente-se se existe uma cultura, se as pessoas estão a par disso e seguindo. Acompanhe de perto, promova como a empresa quer que as pessoas se sintam no ambiente e onde ela quer chegar com isso.

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