4 frameworks de Product Discovery para ampliar os horizontes
Bruno Coutinho

Bruno Coutinho

8 minutos de leitura

Não existe uma fórmula mágica para fazer desenvolvimento de Produtos, tão pouco “balas de prata” que vão te dar a solução perfeita para as dores dos seus usuários. Porém, ter alguns frameworks à disposição, pode ser uma forma de ampliar os seus horizontes, quando você não sabe por onde começar.

Frameworks são modelos fechados para te direcionar a um caminho. Nosso cérebro adora uma caixinha de organização, e os frameworks fazem exatamente isso, eles organizam um processo de uma forma que a gente consiga ter uma visão mais clara, e em Product Discovery não é diferente. 

Neste texto reunimos 4 frameworks de Product Discovery, para te dar aquele empurrãozinho que você estava precisando e te tirar da tela branca!

1. Matriz CSD

Este é um dos frameworks em Discovery mais conhecidos. Basicamente são 3 colunas, as quais você vai separar as Certezas, Suposições e Dúvidas (daí o CSD) que você tem sobre o Produto que você está desenvolvendo.

Pra começar, chame o time e peça pra ele lista as Dúvidas e Suposições que ele tem sobre o Produto. Isso vai ajudar a organizar o que as pessoas envolvidas entendem e sabem (ou acham que sabem) sobre o produto – uso de features, jornada dos usuários, impedimentos para o uso do Produto etc.

Depois de ter as Dúvidas e Suposições, o time pode partir para as entrevistas com os usuários e assim tentar descobrir as “Certezas” sobre o produto – além (ou adicionado à) via qualitativa, o time também pode buscar os dados internos para ver o que é Certeza ou não (não esqueça de “torturar” os números). Dados internos aqui podem ser: ferramenta de analytics que vocês usam, dados do suporte, customer success, comentários na app store, reclamações no Reclame Aqui etc. 

Ao categorizar estes três pilares, o time vai visualizar melhor o que é cada um deles – e eventualmente mudar de lugar questões que eram “Dúvidas”, mas acabaram virando “Suposições” e assim por diante.

2. Value Proposition Canvas

Desenvolvido pela Strategyzer, este canva é um dos frameworks que eu mais gosto de usar, pois coloca o negócio e o usuário frente a frente. Fazendo com que a pessoa que está rodando o processo de Discovery, consiga ter claro que não adianta nada querer resolver as dores do negócio, sem pensar no usuário – e vice e versa.

Na minha aula 1.1 Introdução a Product Growth, do nosso Curso de Product Growth, eu chego a comentar que uso estes dois frameworks para conectar Growth Hacking com Produto. Mas você deve se perguntar “Bruno, no curso de growth você quer falar de Discovery?”. Claro! Não adianta sair executando iniciativas de growth, se você não conversa com os seus usuários e entende genuinamente as dores deles e as conecta com as necessidades do negócio para fazer o negócio escalar.

Eu na minha aula do Curso de Product Growth da PM3. Antes de fazer Growth…Discovery!

3. Opportunity Solution Tree ou Árvore de Oportunidades

Desenvolvido por uma das grandes referências na área de Product Management mundial (Teresa Torres), este framework consegue conectar muito bem as necessidades do negócio, descendo até a execução final dos times e assim apresentando suposições para fazer as métricas mexerem.

O ideal é começar de um objetivo específico que a empresa (ou o time) quer atingir (melhorar a conversão, aumentar MRR etc), e depois explorar, seriam as oportunidades e possíveis soluções para chegar naquele objetivo definido inicialmente. Este framework ajuda muito a dar alinhamento em várias camadas da empresa, do C-Level até os times de engenharia.

Aqui no blog nós temos um post bem completo sobre Opportunity Solution Tree e você pode aprofundar mais os seus conhecimentos nele, ou dando uma olhada no nosso Curso de Product Discovery, no qual o Hélder Alves (Group Product Manager na OLX Brasil) dá uma super aula em como eles aplicam OST por lá.

Aulaça do módulo 5 do nosso Curso de Product Discovery, com o Hélder Alves

4. Jobs to be done c/ outcome driven

Um outro framework bem famoso para fazer Discovery é o Jobs to be done. No livro de Clay Christensen de 2016, “Competindo contra a sorte” (Competing Against Luck) ele comenta que “os clientes precisam fazer progressos em suas vidas, então eles compram produtos para ajudá-los com as tarefas que precisam ser realizadas (Jobs to be Done)”. Basicamente a premissa é o cliente quer saber como o seu produto pode ajudá-lo.

No Curso de Product Discovery, aliás, tem uma aula focada nisso com o Marcell Almeida. Nela ele ensina a usar JTBD com outcomes para você encontrar as melhores oportunidades e assim guiar a estratégia do seu produto.

Na aula dá para aprofundar em mais detalhes, porém basicamente é uma técnica que se baseia em estudo quantitativo e qualitativo para conseguir priorizar as oportunidades. Você pode usar JTBD tanto para encontrar oportunidades quanto para entender o mercado que está inserido. 

Marcell Almeida em sua aula sobre JBTD

Quem utiliza esse framework costuma pensa em “O que o usuário quer alcançar” ao invés de pensar na solução – isso significa que o produto acaba sendo apenas um meio para facilitar que o usuário alcance um objetivo final. Uma frase famosa que ilustra bem isso é a do Theodore Levitt no qual ele diz “O cliente não quer um buraco na parede, mas sim, pendurar um quadro para deixar a sala mais bonita”.

Para fechar

Nossa pretensão neste texto é te dar algumas poucas, porém certeiras, opções para começar o seu processo de Product Discovery, com frameworks que utilizamos diariamente aqui na PM3. Um dos nossos valores é “O nosso espeto é de ferro” o qual representa a nossa transparência em ensinar as melhores práticas e aplicar no nosso dia a dia, para que assim a gente consiga oferecer soluções que realmente resolvam as dores dos nossos milhares de alunos e alunas.

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