Teresa Torres e sua visão sobre Product Discovery - Cursos PM3
Bruno Coutinho

Bruno Coutinho

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Este texto foi baseado em uma palestra da Teresa Torres no evento Productized em 2017, em Lisboa. O tema do painel foi “An Introduction to Modern Product Discovery”, algo totalmente em voga e que vale muito ser compartilhado aqui no blog.

Antes de mais nada…

Teresa Torres: Quem é ela?

Teresa Torres é uma Product Discovery Coach com mais de 15 anos de experiência no mercado e referência mundial sobre o assunto. No portfólio de clientes recentes estão CarMax, Snagajob, Spotify e Tesco. Atualmente ela é fundadora do Product Talk, um blog (e empresa de consultoria) mundialmente conhecido sobre as melhores práticas em Product Management.

Antes de se tornar coach, Teresa passou a maior parte de sua carreira liderando equipes de produtos e design em empresas de internet em early stage. Mais recentemente, Teresa foi vice-presidente de produtos da AfterCollege, uma startup que ajuda estudantes universitários a encontrar seu primeiro emprego. 

O que é Product Discovery segundo ela?

Teresa abre a palestra explicando que para entender Product Discovery, você precisa entender Delivery (conheça também o que é Dual Track Discovery/Delivery), porque ao trabalhar com produto você acaba fazendo ambas as coisas. A questão é que na grande maioria das empresas as decisões são geralmente sobre qual é a próxima coisa que deve ser desenvolvida. E aqui ela já separa de uma vez o que é Discovery (decidir o que quer ser desenvolvido) e Delivery (desenvolver algo de fato).

Porém as empresas dão mais atenção/foco ao Delivery, do que ao Discovery em si. E a grade questão para Teresa é separar ambas as coisas e se perguntar: como estamos fazendo cada uma destas partes? Principalmente quando o mercado evoluiu muito no que tange desenvolver software em velocidade – muito por conta das melhores práticas do ágil, que possibilitaram que as entregas sejam feitas até diariamente, como acontece hoje em dia.

Mas qual seria o equivalente desta velocidade de entregas no processo de Discovery e como podemos nos certificar se de fato estamos fazendo um bom trabalho ao entregar valor para os usuários?

Product Discovery, Manifesto Ágil e as evoluções

Teresa faz um apanhado de como o processo de Product Discovery evoluiu tanto quanto ao de Delivery durantes os últimos 15 anos. Pra começar, ela pega como exemplo o lançamento do Windows Me, que segundo ela, foi um processo no qual os PMs na época deviam ter passado um tempo escrevendo “requerimentos dos usuários” (provavelmente demandas dos stakeholders internos), enviaram para os engenheiros de software e depois que o produto já estava nas lojas, a Microsoft percebeu que ninguém queria usar aquilo.

Daí surge a questão: como evitar gastar tanto tempo, investimento e energia desenvolvendo algo que ninguém vai querer?

Foi logo após alguns exemplos como estes do Windows me que a comunidade de desenvolvimento de software se reuniu e em 2001 trouxeram como solução o Manifesto Ágil, muito como forma de se defender das longas documentações feitas para desenvolvimento de softwares (munidos geralmente de uma linguagem extremamente vaga (enfadonha) e que gerava desalinhamento na interpretação), além dos top-downs dentro das empresas.

Com o manifesto ágil os times começaram a se perguntar, antes de desenvolverem qualquer coisa, se o que estava sendo desenvolvido era o que os seus clientes queriam.  Uma verdadeira disruptura no processo.

Mas a mudança não para por ai, pois tão importante quanto o ponto anterior é entender se os clientes sabem usar o produto.

User Experience em Product Discovery

Ainda nesta mesma época começou também a se discutir Design ExperienceDesign Thinking, experiência do usuário etc. Toda esta temática sobre empatia com os usuários, que abriu precedentes para tentar descobrir o uso do produto, antes de pensar em como se desenvolver qualquer coisa.

Ao longo destes anos começaram a surgir literaturas que dariam um norte para o desenvolvimento de software moderno, e abririam os olhos para Product Discovery. Lean Startup do Eric Ries e Jobs to be done do Anthony W. Ulwick são livros que nos fizeram mudar as perguntas, saímos de “os clientes querem as nossas soluções (e conseguem usa-las?); para uma bem mais importante: “estamos resolvendo os problemas certos pros nossos clientes?

Esta mudança de paradigma fez o mercado abadondonar a obsessão por soluções. A partir deste momento o alvo era focar nas dores dos usuários e assim desenvolver o que o que eles de fato precisassem.

Nós devemos ser obcecados não por funcionalidade(features), mas por quais resultados (outcomes) nós estamos trazendo para os nossos clientes

Não se apegue às metodologias

Algo que a Teresa Torres deixa bem claro é que embora estas últimas duas décadas tenham sido incríveis para o desenvolvimento de produtos (muito por conta das metodologias como Jobs to be doneLean StartupDesign Sprint, ou uso de OKRs), antes de mais nada, os times de produto devem descobrir problemas reais para resolver em tempo ábil para reter/conquistar seus clientes (bem melhor do que aprender quando o produto já foi lançado e ninguém quer usar).

Esta possibilidade de aprender mais rápido, entender se o produto resolve uma dor, se os stakeholders estão alinhados com o desenvolvimento, e se os clientes conseguem usar o produto de forma simples é o que fez Product Discovery ter ganhado tanta importância.

Para resumir Product Discovery

Product Discovery é sobre decidir o que vai ser desenvolvido, cujo objetivo é aprender rápido. Além disso, deve-se responder às seguintes perguntas:

– Estamos atendendo às necessidades dos nossos stakeholders?

– Nossos clientes conseguem usar o produto?

– Os clientes querem a nossa solução?

– Estamos resolvendo um problema que os clientes realmente tem?

– Estamos seguindo em direção a um resultado esperado?

Se o produto que você está ajudando a desenvolver consegue responder estas perguntas, você está no caminho certo para descobrir as melhores soluções dos seus clientes.

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Bônus track

Abaixo o vídeo da palestra na íntegra da Teresa Torres no Productized em 2017:

E aqui, um sketch excelente que os organizadores do evento fizeram sobre a palestra:

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Abaixo a nossa PM3 Lives com Thomas Dias e Leonardo Pabon,  da Quero Educação sobre Product Discovery, para te deixar ainda mais aprofundado no tema.

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