5 ferramentas para teste de usabilidade em produtos digitais
Equipe de conteúdo - PM3

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Panorama do Mercado de Produto

Os testes de usabilidade são aliados valiosos do processo de desenvolvimento de uma solução digital, fazendo parte da rotina de profissionais de Produto. Atualmente, existem diversas ferramentas para teste de usabilidade que podem apoiar esse processo de maneira efetiva.

Neste artigo, abordamos as principais ferramentas usadas no mercado, destacando suas características e funcionalidades. Acompanhe!

O que são testes de usabilidade?

Testes de usabilidade são recursos usados por profissionais de Produto para avaliar aspectos da solução a partir de testes com usuários reais. Com isso, obtêm-se feedback para aprimorar o produto antes ou depois de sua implementação final. Os testes de usabilidade são muito úteis para verificar como os usuários interagem, reagem e utilizam o produto em desenvolvimento. Além disso, esse processo também apoia a coleta de dados, que busca identificar fatores como efetividade no uso do produto, áreas de confusão na interação com o produto, capacidade de completar tarefas específicas, níveis de satisfação com o uso do sistema, etc.

Assim, são ferramentas indispensáveis para:

  • Melhorar a experiência do usuário ao atender suas expectativas e necessidades de uso;
  • Reduzir custos ao identificar erros e falhas no sistema em um estágio ainda inicial de desenvolvimento;
  • Tornar o produto mais intuitivo, navegável e funcional;
  • Aumentar o nível de satisfação dos usuários.

Tipos de testes de usabilidade

Há diversos tipos de testes de usabilidade, que utilizam metodologias diferentes para avaliar a usabilidade de um produto. A escolha do tipo de teste de usabilidade será de acordo com os objetivos da realização do teste, recursos disponíveis, fase do projeto e características do produto.

Os principais tipos de testes de usabilidade atende aos escopos de localização, formato e objetivo do teste. São eles:

  • Remoto ou presencial;
  • Moderado ou não moderado;
  • Comparativo ou exploratório. 

Remoto ou presencial

Os tipos de testes de usabilidade remoto ou presencial referem-se à localização da aplicação dos testes. Os testes remotos são feitos à distância, onde o usuário e o aplicador estão em localizações diferentes. Nestes tipos de testes, a comunicação pode ser em tempo real com o monitoramento do aplicador, ou assíncrona.

As vantagens são a flexibilidade de aplicação, o alcance maior e mais diverso, menores custos de aplicação e a possibilidade de observar o usuário em seu ambiente de uso natural. Entretanto, os testes remotos oferecem um menor controle do ambiente, além de limitações sobre o comportamento do usuário em sua interação com o produto.

Já os testes presenciais requerem a presença de um aplicador e normalmente são feitos em um ambiente controlado para avaliar o comportamento do usuário e sua interação com o sistema de maneira mais profunda e detalhada. Entretanto, é um tipo de teste mais custoso e que envolve uma logística maior. Além disso, ter um ambiente controlado pode influenciar o comportamento do usuário, impedindo reações genuínas como seria em um ambiente de uso natural.

Moderado ou não moderado

Já os testes moderados e não moderados referem-se à ao formato do teste, exigindo a presença de um aplicador ou não na hora de realizar os testes. 

Os dois tipos apresentam vantagens e desvantagens. Nos testes moderados, por exemplo, é possível interagir com o usuário em tempo real e esclarecer questões referentes às suas ações ao usar o produto. Isso garante uma maior riqueza de detalhes que podem ajudar nos processos de melhoria do sistema. Entretanto, neste tipo de teste, a interferência do moderador pode influenciar as interações, tornando-o tendencioso, além de ser mais caro, uma vez que exige um moderador treinado para aplicar o teste.

Já os testes não moderados são muito mais abrangentes, econômicos e escaláveis, e podem ser feitos de maneira independente pelo usuário. É uma boa opção para obter mais dados quantitativos. Por outro lado, as respostas podem ser mais limitadas e superficiais, já que não há controle sobre a sessão de teste. Para dados qualitativos mais detalhados, essa não é a melhor opção de teste.

Comparativo ou exploratório

Os testes comparativos ou exploratórios referem-se aos objetivos de testagem, mas ambos visam entender a efetividade da usabilidade. 

Testes comparativos focam em comparar diversas versões de um produto ou interface (testes A/B), para entender qual funciona melhor dentro de um espectro, considerando fatores como layout, funcionalidades e usabilidade. Esses tipos de testes são muito mais caros de fazer, já que exigem a criação de vários protótipos para comparação.

Já os testes exploratórios são realizados no início do processo de desenvolvimento de um produto, com o objetivo de obter um panorama geral sobre a usabilidade do produto, suas funcionalidades, áreas de confusão e oportunidades de melhoria em um estágio inicial. Assim, os resultados podem ser muito superficiais, já que nem sempre há um roteiro ou objetivos pré-definidos.

5 ferramentas para teste de usabilidade de produtos digitais

O contexto digital facilitou bastante a realização de testes ao fornecer ferramentas para teste de usabilidade completas e eficientes. 

Algumas ferramentas muito usadas por profissionais de Produto para fazer testes de usabilidade são:

  • Hotjar;
  • Maze;
  • Optimal Workshop;
  • Usability Hub;
  • Lookback.

Hotjar

Hotjar é uma ferramenta muito popular para fazer testes de usabilidade, com recursos como:

  • Mapa de calor (heatmaps), que permite analisar o comportamento do usuário pelo site, verificando áreas de cliques, rolagem ou caminho do mouse;
  • Gravação de sessões para entender e observar o caminho de navegação do visitante;
  • Testes A/B para comparar várias versões do produto;
  • Formulários de feedback para coletar feedback contextual dos usuários, etc.

A Hotjar conta com uma opção de plano gratuito, que é limitada, mas que oferece ótimos recursos. Além disso, possibilita a coleta de dados tanto quantitativos quanto qualitativos e a realização de testes remotos moderados ou não moderados. Porém, o foco da ferramenta é em análise do comportamento do usuário a partir de recursos visuais, sem muito aprofundamento quando se fala em interações diretas com o usuário. 

Recomenda-se essa ferramenta para testes de usabilidade comparativos e exploratórios, já que permite entender o comportamento do usuário através da coleta de dados qualitativa e quantitativa.

Maze

Maze é uma ferramenta que permite criar protótipos interativos tanto para aplicações web quanto para aplicativos móveis e realizar testes nestes protótipos interativos para coletar métricas de usabilidade. A ferramenta oferece funcionalidades como:

  • Testes moderados e não moderados;
  • Testes A/B para testar versões;
  • Análise de mapas de calor, gravações de telas, entre outros recursos de feedback do usuário;
  • Integração com ferramentas de design como InVision e Sketch, etc.

A ferramenta Maze é um ótimo recurso para teste de usabilidade em protótipos iniciais, permitindo testes exploratórios de interfaces em desenvolvimento. Além disso, conta com planos tanto gratuitos quanto pagos. No entanto, por ter um foco em testes de usabilidade em protótipos, pode ter algumas limitações dependendo da qualidade do protótipo.

Optimal Workshop

A plataforma Optimal Workshop é focada em otimizar a arquitetura da informação de uma interface, realizando testes para identificar pontos de melhoria e aprimorar a navegação e a experiência do usuário no que se refere à estruturação da informação da interface. A Optimal Workshop oferece funcionalidades como:

  • Testes de card sorting (ordenação de cartões) para entender como o usuário agrupa e organiza a informação intuitivamente;
  • Tree testing (“teste em árvore”) para testar diferentes estruturas de hierarquia de conteúdo e navegação;
  • Testes de priorização para testar e identificar as melhores formas de apresentar o conteúdo ao usuário.
  • Pesquisas e questionários para coleta de feedback.

Apesar de oferecer ótimos recursos, essa ferramenta é mais indicada para testes de usabilidade de arquitetura da informação, sendo limitada para outros tipos de teste na interface.

Usability Hub (Lyssna)

Usability Hub (que agora se chama Lyssna), é uma ferramenta para teste de usabilidade muito usada para coletar dados quantitativos e fazer comparações entre vários modelos de interface. A ferramenta oferece recursos como:

  • Teste de 5 segundos para avaliar as primeiras impressões do usuário ao observar a interface por apenas cinco segundos;
  • Teste de card sorting (ordenação de cartões) para organizar a informação de maneira intuitiva para o usuário;
  • Testes de preferência para comparar e escolher entre várias opções de design de acordo com a preferência do usuário.

Essa plataforma é muito valiosa para coletar dados quantitativos sobre a experiência do usuário de maneira rápida e econômica. No entanto, devido a essas características o feedback obtido pode ser superficial.

Lookback

O Lookback é uma ferramenta ideal para teste de usabilidade moderados e remotos, oferecendo recursos como:

  • Gravação de tela e voz em tempo real;
  • Entrevistas remotas com usuários em tempo real;
  • Recursos colaborativos para o time durante e após as entrevistas;
  • Coleta de feedback do usuário escrita e mais detalhada.

Essa ferramenta é uma ótima opção para obter insights mais aprofundados e feedback qualitativos dos usuários, uma vez que as entrevistas são moderadas e em tempo real. Além disso, os recursos de colaboração são um destaque da ferramenta, possibilitando a observação das entrevistas pelo time através de uma sala virtual e o compartilhamento de insights sobre as entrevistas.

Entretanto, não oferece planos gratuitos e por necessitar de um moderador, pode requerer mais investimentos financeiros quando comparada com outras soluções.

Conclusão 

As ferramentas para teste de usabilidade são recursos valiosos para testar produtos digitais já lançados ou protótipos de produto antes da implementação final. Profissionais de produto podem contar com essas ferramentas para entender o comportamento dos usuários, melhorar sua experiência de uso e tornar as interfaces digitais cada vez mais intuitivas, fáceis de usar e valiosas para o consumidor final.

Na hora de escolher uma ou mais ferramentas para teste de usabilidade, não existe uma regra. Por isso, recomenda-se selecionar aquela que mais se adequa às necessidades de uso e aos objetivos do seu projeto. 

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