User Story Mapping: o que é e como aplicar
Felipe Matano

Felipe Matano

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O User Story Mapping é uma técnica disseminada por Jeff Patton, um renomado agilista norte-americano, para apoiar Product Managers e seus times a organizarem a comunicação visual do backlog de forma eficiente e com um contexto. 

O primeiro artigo onde ele cita a técnica é datada de 2005 e chama-se: “It’s All in How You Slice It”, algo como “Tudo está em como você fatia”.

Para Patton, quando você tenta explicar sobre o funcionamento de um software por meio de um backlog organizado de forma habitual, há muita dificuldade, além de ser corriqueira a reclamação do time sobre a perda da visão do todo, já que estamos focados apenas nas user stories de forma isolada, não envolvidas por meio de um contexto.

O que busca esse mapeamento? Contextualizar todo o desenvolvimento por meio de uma jornada do usuário, que são um conjunto de atividades dispostas em uma linha do tempo, nas quais são fatiadas em histórias menores e dessas, são geradas as tarefas para as entregas dessas histórias.

Por que aplicar User Story Mapping?

Agora que você já sabe o que é User Story mapping, vale mencionar também que um dos princípios do manifesto ágil é que “o método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é através de conversa cara-a-cara”.

Sendo assim, a técnica do User Story Mapping ajuda na facilitação dessa transmissão de informações para uma equipe. Quando as histórias são escritas e lidas pelo time de desenvolvimento, podem gerar dúvidas e interpretações diferentes. 

A partir do momento que há uma visualização de todas as atividades, por meio de uma jornada, onde você pode percorrer toda a estrutura do sistema, dando a visibilidade de onde se quer chegar, facilita toda a parte de comunicação entre as partes.

Outro ponto importante são as prioridades que ficam muito mais claras, com as histórias sendo priorizadas com base na estrutura que o mapeamento de atividades que foi montado, não ficando apenas uma única lista de histórias.

exemplo de user story mapping

Descubra quem são ou serão os usuários do seu produto 

É importante realizar um bom processo de Product Discovery para conhecer o seu usuário e, consequentemente, os problemas que enfrenta para definir o objetivo de seu produto, pois ninguém quer construir um produto que não resolve nenhum problema, certo? 

Além disso, sem entender o seu usuário, ficará bastante difícil realizar o mapeamento das atividades que ele realiza, além de sua prioridade.

No curso de Product Discovery da PM3, a instrutora Natalia Arsand, Sr Lead Design no Booking.com, tem uma aula completa sobre “Metodologias para entendimento do problema”, na qual aprofundado conceito de User Story Mapping, Jornadas do Usuário, Service Blueprint e outras formas de encontrar os problemas ideias, que vão agregar valor na vida dos seus usuários. 

Envolva o seu time e stakeholders para o mapeamento

O envolvimento do time, como desenvolvedores e designers, além da inclusão de tomadores de decisão de outras áreas será muito útil para a discussão e entendimento sobre a visão e objetivo do produto, além de apoiar em pontos que possam necessitar de um aprofundamento maior, seja do ponto de vista técnico ou de negócio.

Defina a “big story” e o “backbone” da jornada do seu usuário para realizar o mapeamento

mapa da jornada do usuário

Com base no conhecimento adquirido na Discovery, defina a “big story”, que é um fluxo que conta a história da interação dos seus usuários com o seu produto. 

Após a definição da “big story”, é hora de construir o backbone. backbone é a estrutura que será a base de seu mapeamento. Ele é concebido de forma horizontal e segue uma sequência de atividades na jornada do usuário durante a utilização do seu produto, que será feito por meio de “temas” e “épicos”.

Crie as histórias que compõem cada atividade/épico 

Com base na criação do backbone, crie todas as histórias relacionadas a cada épico descrito. Nesse momento, não pense ainda em MVP, mas em algo voltado ao desejável e também não precisa entrar no detalhe, pois ela servirá mais como apoio e passará por refinamento posterior. Além disso, organize as histórias em uma sequência lógica e que seja possível todos entenderem a sequência.

Priorização das histórias

priorizando histórias

Após a criação das histórias, chegou a hora de realizar a priorização delas. Como o mapa pode ter muitas histórias que foram incluídas, nada melhor que criar “cortes” para chegarmos a criação do MVP. Esses cortes são chamados de incrementos. 

Pense um pouco sobre as tarefas que você quer ajudar o seu usuário a cumprir com o seu produto. Vá criando cortes incrementais (linha tracejada em azul no exemplo) e incluindo as histórias que menos impactam o usuário a cumprir com a sua tarefa/objetivo.

Após realizar alguns cortes, é possível que você chegue a um corte que seja definido como o MVP da solução que está construindo. 

Os incrementos adicionais poderão ser organizados por meio de release plannings ou até mesmo aprender e descobrir um pouco mais sobre aquilo que foi proposto e não foi priorizado por hora. 

O User Story Mapping não é um recurso estático

Durante o tempo, revise o mapa, inclua informações que foram alteradas ou adicionadas conforme o andamento do desenvolvimento. Mapeie riscos e dependências. Além também de manter todas as pessoas interessadas no projeto cientes do andamento, dos prazos e do que se aprendeu colocando o produto “na rua”. 

Conclusão

O User Story Mapping é uma ferramenta poderosa não só para organização de backlog, mas também de comunicação. Com a dinâmica proposta, é possível envolver todas as pessoas e áreas interessadas no projeto a participarem da concepção do projeto, além de ter toda a visibilidade do que deve ser feito e qual o caminho para chegar lá.

Outro ponto positivo, é a possibilidade de manter a visibilidade para o time de qual é o objetivo que devemos chegar no dia-a-dia, evitando que os membros do time concentrem muita atenção em recursos isolados e realizem questionamentos sobre as entregas de valor.

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