10 aprendizados sobre UX, por Karina Tronkos - Cursos PM3
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A primeira PM3 Lives do ano começou em grande estilo e com uma convidada mais do que especial para falar sobre UX DesignKarina Tronkos é estudante de ciência da computação e já atuou em grandes empresas como a Apple Developer Academy, Globo.com e atualmente é Product Designer no Hotel Urbano (Hurb).

Karina ganhou o Scholarship da Apple nos últimos 4 anos (2017, 2018, 2019 e 2020) – é um desafio que a Apple lança todo ano para estudantes do mundo inteiro, onde há cerca de 10 dias para, de forma individual, desenvolver um app de ponta a ponta, e os 350 alunos que desenvolveram os melhores apps são escolhidos e têm a oportunidade de ir para a conferência da Apple na Califórnia. Incrível, né?

Trazemos aqui um resumão da PM3 Lives #23. Você vai conferir dicas incríveis sobre UX Design, principalmente para quem quer migrar para essa profissão, além da importância da conexão entre UX e Produto e muito mais. Vamos lá! 

O que é exatamente  UX Design? 

Design está em todos os lugares. Não tem nada que a gente use que não tenha sido projetado. O objetivo aqui é ajudar as pessoas a completarem tarefas ao longo do dia, da maneira mais fácil possível. 

Nós somos os usuários do controle remoto, da torradeira, do computador… e dos milhares de outros aparelhos/objetos! Pelo fato de usarmos estes itens todos os dias, nós temos algum grau de experiência – seja ela negativa ou positiva. O ponto principal é que por trás destes artefatos, haverá sempre pessoas responsáveis pela criação destas experiências. Portanto, no mercado competitivo que vivemos, destacam-se as empresas e produtos que buscam resolver as necessidades das pessoas da melhor forma.

Agora vamos falar sobre produtos digitais! O termo UX vem de User Experience (experiência do usuário) e abrange todos os aspectos da interação do usuário final com a empresa, seus serviços e produtos. O grande objetivo dessa função é colocar o usuário no centro de tudo, fazendo com que ele se encante e sinta que o produto/serviço foi feito exatamente para ele. 

É necessário pesquisar, planejar e projetar experiências que sejam simples, prazerosas e intuitivas. Entender o conceito que essas pessoas estão inseridas e trabalhar em cima das reais necessidades delas. 

O que não falta por aí é oportunidade de aprimorar as experiências à nossa volta, então confira alguns aprendizados sobre a área de UX Design para começar a proporcionar  experiências memoráveis para seus clientes! 

10 aprendizados na área de UX 

1 – Pergunte, busque, investigue 

Se você tem interesse em conhecer mais sobre a área, converse com quem já está inserido nela. Pedir dicas, trocar ideias, entender o dia a dia da profissão é super importante para quem quer iniciar nessa jornada

Isso também se aplica para quem já está na área: a parte de UX que contempla as pesquisas chama-se ‘UX Research’, e é sobre ouvir, observar, entender necessidades, desejos e angústias dos usuários para conseguir abordar o problema e desenvolver soluções que sejam validadas. 

Esteja aberto para treinar o seu olhar e questionar porque as coisas são como são. Não é porque algo é feito da mesma forma há séculos, que aquela seja a melhor forma de fazer. 

2 – Errar faz parte do processo

Quando entramos em um time novo queremos causar uma boa impressão, mas é importante ter em mente que não vamos acertar sempre. É normal se decepcionar com alguns resultados e precisar refazer tarefas. Vamos ressaltar que a função aqui é testar soluções com os usuários, então leva algum tempo para enxergar algumas coisas. O trabalho é tentar validar, identificar os erros e tentar de novo. 

Seja apaixonado pelo problema e não pela solução. Não tenha medo de pedir ajuda. Querer a opinião de outras pessoas não te torna uma pessoa incapacitada, e sim uma pessoa aberta para enxergar novas perspectivasAs pessoas gostam de ajudar e é bom ser questionador, estar presente, compartilhar ideias, testar, validar etc. 

3 – O processo de design não é algo escrito em pedra 

Não existe um processo de UX universal que irá servir para todos os projetos! Isso significa que a área possui várias metodologias, ferramentas e formas diferentes de abordar os problemas. UX não é uma disciplina que trabalha com a estática. Lidamos com pessoas, e as pessoas mudam de comportamento constantemente, então sempre temos que buscar novas formas de desenvolver ideias, adaptar e procurar as melhores soluções. Confira abaixo três insights super importantes, que você não deve esquecer: 

4 – Acessibilidade não é uma etapa 

Acessibilidade é uma qualidade para o seu produto, e não uma etapa ou funcionalidade! Pensar em acessibilidade é pensar em atingir mais pessoas. Acessibilidade é muito mais do que pessoas com deficiência, e sim sobre pessoas que são novatas em tecnologia, com internet limitada, pessoas canhotas, idosos, pessoas com limitação temporária (braço quebrado, por exemplo), e por aí vai. São coisas que são do universo físico que podemos (e devemos!) levar para o digital e tornar o processo mais inclusivo. 

Por exemplo: uma rampa ajuda muito quem está em situação de cadeira de rodas, mas também ajuda quem está com carrinho de bebê, quem está com uma perna quebrada… são diversas as aplicações. De acordo com a OMS, 1 em cada 7 pessoas no mundo possui algum grau de deficiência, então essa é uma questão que não pode ser deixada de lado. 

5 – Vai muito além de desktop e mobile 

A tecnologia está evoluindo cada vez mais rápido. Estamos lidando com produtos conectados, internet das coisas… e como isso impacta o design?

Atualmente temos um novo conjunto de desafios com novas interfaces surgindo, como a realidade aumentada e a realidade virtual. Fazemos parte do grupo de pessoas que busca unir isso tudo, que estuda e proporciona uma boa experiência para os usuários que utilizam todos esses dispositivos. 

Mas, independente das tecnologias desenvolvidas, o pensamento do design continua sendo o mesmo: é sobre entender as necessidades das pessoas, pesquisar, criar, testar e conseguir colaborar e dialogar com outras pessoas. Agora os produtos são muito mais complexos e envolvem pessoas de diversas áreas e expertises diferentes, então devemos nos unir e usar a tecnologia a nosso favor. 

6 – Estamos todos enviesados 

A mente humana cria alguns atalhos e regras práticas para economizar tempo e energia. Estes atalhos mentais, para tomar decisões rápidas, são conhecidos como vieses cognitivos. Esses vieses podem tanto ajudar quanto atrapalhar nosso dia a dia. Tendo consciência deles, conseguiremos tomar decisões mais embasadas na hora de projetar. 

Abaixo alguns exemplos de vieses:

  • Viés da Escassez: quanto mais raro for um objeto, maior é o desejo de tê-lo. 
  • Viés do Efeito Padrão: a menos que a mudança seja muito incentivada, as pessoas têm a mania de deixar as coisas do jeito que estão.
  • Viés do Framing/Enquadramento: as pessoas tomam decisões conforme a situação é apresentada. Elas são mais inclinadas a escolher a opção que enxergam como um ganho do que uma perda.

Kathryn Whitenton, do Nielsen Norman Group (empresa norte-americana líder na área de UX) produziu um exemplo super interessante para descrever como isso funciona para UX designers. 

Imagine que você conduziu um teste de usabilidade com 20 usuários. Os resultados podem ser descritos de duas maneiras diferentes:

  • (4 dos 20) 20% dos usuários não conseguiram encontrar a função no site
  • (16 dos 20) 80% dos usuários encontraram a função no site.

Vamos ver a diferença: eles decidiram testar as duas versões de apresentar os resultados em um questionário online. Aqui está o que aconteceu:

  • 51% dos UX designers que viram a taxa de falha votaram por um redesign.
  • 39% dos UX designers que viram o sucesso avaliado votaram por um redesign.

Esse é um exemplo de como a forma que apresentamos os resultados de pesquisa e estatísticas pode levar a decisões de design significativamente diferentes, portanto é necessário estudar sobre qual é a melhor maneira de apresentar a pesquisa que você realizou. 

7 – Tríade do sucesso 

Você já deve ter visto essa imagem que representa as áreas de Design, Desenvolvimento e Produto em sinergia, que busca desenvolver a melhor solução possível para os usuários de forma que também atenda as necessidades do negócio e alinhados com a viabilidade técnica.

Agora, veja esta imagem abaixo, com a frase “uma pequena mudança pode fazer uma grande diferença”.

Essa é a diferença entre trabalhar juntos e entender um ao outro. Cada profissional tem seus conhecimentos, e entender a necessidade dessa colaboração entre áreas torna a conversa muito mais fluida. 

Muitas vezes os desenvolvedores são envolvidos no processo do Produto somente na etapa final – então a equipe fez todo o processo de discovery, interface, e depois entrega para eles. Não deve ser assim, o ideal é que não tenhamos uma relação vertical e sim horizontal, todo mundo trabalhando junto para melhorar o resultado final. Ter o time de engenharia no processo de Discovery é imprescindível para que as melhores soluções sejam encontradas.

8 – Como vamos mensurar isso? 

O lançamento de algum produto ou funcionalidade é só o início da jornada. É importante que a gente tenha bem definido qual é o nosso objetivo com tal subida e como vamos mensurar tal solução. 

É necessário saber qual é a definição de sucesso para aquele produto. E se tal objetivo não foi atingido, precisamos estudar porque não deu certo e como podemos melhorar tal solução. Erre rápido, aprenda rápido, corrija rápido!

9 – Enxergue “muita coisa para estudar” como algo bom! 

Cada desafio deve ser visto como uma oportunidade de crescimento. Todas as pessoas estão em suas carreiras buscando ir de um ponto a outro, e a trajetória delas não anula a sua. Vão ter pessoas com mais ou menos tempo de carreira e cada uma está no seu próprio momento. 

Enxergue as possibilidades de estudo como algo bom, como oportunidades de você se desenvolver e não com o olhar de “ai meu deus, estou atrasado, eu não sei nada“. Essa mudança de mindset faz toda a diferença. Precisamos lutar contra esse tipo de situação que nos bloqueia mentalmente!

10 – Você tem SIM o que ensinar para outras pessoas 

Um estudo da National Training Laboratories Institute indica que a forma mais efetiva de se aprender é ensinando: 

Existem várias formas de se compartilhar conhecimento com as outras pessoas. O que muitas vezes achamos óbvio, não é óbvio para as outras pessoas. Não fazemos ideia do quanto de conhecimento possuímos que podem agregar na vida de alguém.

Sempre existirão pessoas com mais e menos tempo na sua área. Não deixe isso te impedir de ensinar. Mas é importante ressaltar a responsabilidade dessa ação – ensinar é algo que precisa ser feito de forma muito cuidadosa e embasada.

Gostou das dicas e quer saber mais sobre por onde começar na área de UX Design? Assista o conteúdo completo em nosso canal do YouTube e confira mais dicas preciosas da Karina para ingressar nessa profissão. 

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