Design de interação: o que é, importância e como aplicar
Equipe de conteúdo - PM3

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11 minutos de leitura

O design de interação é uma abordagem que tem como propósito desenvolver o ambiente de interatividade de uma interface ou sistema de maneira satisfatória para o usuário final. Essa disciplina se preocupa em entender como o usuário interage com o produto ou serviço, e atua diretamente na construção de um espaço que contemple as necessidades do consumidor.

Sendo assim, odesign de interação é um pilar essencial de UX Design, pois contribui diretamente para a construção da experiência do usuário com um produto ou serviço digital. Continue lendo e saiba mais sobre o conceito e processos, assim como sua importância e como implementá-lo na prática.

O que é design de interação?

O design de interação é a disciplina de design que visa projetar e construir interfaces digitais interativas, intuitivas e visualmente agradáveis para o consumidor de um produto ou serviço. Essa visa pretende criar um ambiente digital em que a experiência do usuário seja considerada, incorporando aspectos como usabilidade, legibilidade, representações visuais e funcionalidades ao sistema.

Uma interface que considera o design de interação precisa funcionar adequadamente e oferecer uma boa experiência de uso. Isso, é claro, além de ser visualmente agradável e prezar pelo comportamento do usuário, suas necessidades e expectativas de uso.

Em suma, o principal objetivo de construir uma interface com foco em design de interação é fazer com que o consumidor final realize as tarefas que precisa e alcance seus objetivos de uso de maneira eficiente e descomplicada.

Qual a importância do design de interação para a experiência do usuário?

Dentro da área de UX, o design de interação é uma peça vital para que a interatividade com o sistema ofereça experiências satisfatórias aos usuários.

Quando falamos em user experience, nos referimos não só ao momento de uso do sistema, mas de toda a jornada de interação com o produto, desde o marketing até a experiência pós-uso. 

Imagine que o usuário descobriu a solução da empresa através de algum canal de marketing. Em seguida, decidiu comprá-la e utilizá-la com seus objetivos em mente. Lembre-se que neste momento o consumidor tem altas expectativas de que o produto resolverá suas necessidades. Chegou o momento de usar a solução. Ele utilizou o sistema e não conseguiu resolver suas demandas.

Independente da razão – informações confusas, interface pouco navegável, elementos visuais sem organização, etc. –, se o usuário tiver uma experiência negativa ao interagir com o sistema, provavelmente vai se frustrar e não vai querer utilizar aquela solução novamente.

Assim, esse momento é parte crucial da jornada, o que torna o design de interação um elemento indispensável para:

  • Criar uma experiência satisfatória para o consumidor;
  • Facilitar o uso de um sistema ou interface interativa;
  • Estimular um ambiente engajador;
  • Promover acessibilidade a vários tipos de pessoas;
  • Gerar retenção e fidelização de clientes.

O que faz um designer de interação?

O designer de interação trabalha em todo o processo de criação da jornada de interatividade do usuário com o sistema. Essa atuação vai desde o entendimento do comportamento do usuário, até a prototipação das interações e os testes de usabilidade

Assim, o dia a dia de um designer de interação é composto por tarefas como:

  • Pesquisa de usuários e criação de personas;
  • Mapeamento de jornada do usuário;
  • Criação de protótipos interativos;
  • Testes de usabilidade e iterações;
  • Colaboração com outros profissionais, tanto de UX, quanto de outras disciplinas, etc.

Quais são as cinco dimensões do design de interação?

De acordo com Gillian Crampton Smith e Kevin Silver, estudiosos da área de design de interação, podemos descrever a atuação do design de interação em cinco dimensões, que garantem uma experiência de interatividade significativa para o usuário. Essas dimensões são:

  • Texto
  • Representações visuais
  • Disposição física
  • Tempo
  • Comportamento

As cinco dimensões do interaction design fundamentam a atuação de designers de interação ao integrar esses aspectos em uma interface de maneira efetiva para obter resultados significativos na criação da interação entre usuário e produto. Confira detalhes sobre as cinco dimensões a seguir!

Texto

A dimensão de texto refere-se às informações disponibilizadas na interface, como por exemplo, as etiquetas em botões, mensagens de erro ou de êxito, textos dos menus, etc. As informações devem ser apresentadas de maneira direta, compreensível e equilibrada, sem faltas ou excesso de conteúdos cruciais para o entendimento do usuário ao usar o sistema.

Representações visuais

As representações visuais referem-se aos elementos gráficos do sistema, como ícones, botões, tipografia, hierarquia visual, imagens, entre outros componentes. A função desses elementos é tornar a navegação intuitiva e descomplicada, apoiando a interação do usuário com a interface.

Disposição física

Essa dimensão considera não só os elementos da interface digital, mas também a forma como o usuário interage com ela no mundo físico. Em outras palavras, refere-se ao espaço e aos objetos físicos usados na interação. Como por exemplo, o uso dos dedos em uma tela de smartphone, uma caneta touch, para a interação em tablets, ou um touchpad quando o uso é em laptops.

Contemplar as formas de interação do usuário é fundamental para criar um sistema adequado a estes diferentes tipos de usos. 

Tempo

A quarta dimensão refere-se às interações que mudam com o passar do tempo dentro do sistema, como sons, animações, movimentos, vídeos, etc. 

Por exemplo, ao completar um formulário e clicar em “enviar”, o usuário perceberá que concluiu uma tarefa (enviar o formulário). 

Neste momento, a interface pode mostrar uma animação, emitir um som ou usar qualquer outro elemento que simboliza a finalização desta tarefa ao longo do processo. Sendo assim, a dimensão do tempo trata-se do registro das mudanças nos acontecimentos dentro da interface e serve como um feedback em tempo real da interação entre usuário e produto.

Comportamento

A dimensão do comportamento tem relação direta com os termos “interação” e “feedback”. Diz respeito à maneira como um sistema reage às interações do usuário, ao mesmo tempo em que transmite sua estrutura de funcionamento ao consumidor. Ela engloba aspectos como facilidade de uso da interface, lógica de interação, respostas emocionais dos usuários, navegação intuitiva e o feedback fornecido pelo sistema.

Como é o processo de design de interação?

O processo de implementação do design de interação é diferente em cada projeto, assim como os frameworks e ferramentas utilizadas nesse processo. Mas no geral, pode ser dividido em etapas como:

  • Compreensão das necessidades do usuário
  • Análises de requisitos e definição de objetivos
  • Prototipação
  • Testes de usabilidade
  • Implementação do design de interação 

Lembrando que essas etapas são iterativas, levando a uma dinâmica diferente para cada projeto Por exemplo, a fase de prototipagem pode exigir um retorno à etapa de design para ajustar de acordo com os resultados adquiridos a partir dos protótipos, entre outros.

A seguir, entenda como funciona na prática a implementação do design de interação!

Compreensão das necessidades do usuário

Ao criar um produto ou serviço, antes de tudo, é necessário identificar as necessidades que justifiquem esse desenvolvimento. 

Esse processo envolve conhecer em profundidade as demandas do público-alvo, entendendo suas motivações, o que eles precisam e como se comportam.

O Design Thinking é uma metodologia que pode agregar muito valor a esse processo. A abordagem tem como um de seus pilares a empatia, colocando o usuário no centro do processo para encontrar soluções de design que atendam às suas demandas.

Designers de interação podem entender essas necessidades através de pesquisas e entrevistas com usuários, criação de personas, mapeamento de jornada do usuário, criação de mapa da empatia, entre outras ferramentas similares.

Análises dos requisitos e definição de objetivos

A segunda etapa desse processo envolve analisar os requisitos e traduzir as necessidades dos usuários em objetivos que servirão como guia para a criação da interface.Isso significa alinhar as necessidades do usuário com os objetivos da empresa e separar em metas que é necessário para desenvolver o produto.

Nesta etapa, utiliza-se recursos como a criação de storyboards, desenhando o caminho de interação entre usuário e a interface, e a criação de fluxos de navegação, explorando vários percursos possíveis para o usuário dentro da interface. Em outras palavras, essa fase visa organizar informações, priorizar objetivos e estruturar as possibilidades através das coletas da primeira etapa, e criar o esboço para o que será a interface.

Prototipação

Com uma visão mais clara dos objetivos do produto e o entendimento das demandas do usuário, será possível explorar ideias de design baseando-se nos requisitos e objetivos definidos. A partir disso, o designer poderá criar modelos (de baixa ou alta fidelidade) que forneçam uma representação visual e funcional desse sistema. 

Os protótipos (principalmente os de alta fidelidade) são fundamentais para entender as funcionalidades do sistema, os fluxos de navegação e a usabilidade da interface. A prototipação pode ser apoiada por diversas ferramentas, seja um pedaço de papel para se fazer um esboço rápido, um modelo físico, ou através de softwares de prototipagem. 

Quando falamos de interfaces digitais, algumas opções muito usadas tanto para wireframing, quanto para protótipos de alta fidelidade são:

  • Figma (protótipos interativos);
  • InVision (protótipos interativos);
  • Sketch (wireframing);
  • Adobe XD (wireframing).

Testes de usabilidade

Após a criação dos modelos interativos, os testes de usabilidade são fundamentais para avaliar aspectos de interatividade e validar essas ideias por meio de feedback. É possível guiar esse processo com usuários reais através da coleta de feedback, por análises comportamentais e pesquisas, análise de teste A/B, entre outros métodos.

Normalmente essa etapa pode indicar a necessidade de retornar às etapas iniciais, já que essa é uma fase de questionamentos. Ou seja, os testes podem indicar que algo precisa ser adaptado ou feito novamente do zero, o que é muito comum e faz parte do processo.

Implementação do design de interação

Uma vez que a ideia foi validada, pode-se implementar o design interativo ao sistema. Nessa fase, o produto em si será desenvolvido baseando-se em todo o processo de design descrito anteriormente.

Por isso, nesta etapa é crucial ter todas as informações e processos muito bem documentados e comunicá-los de maneira efetiva aos outros profissionais, como os desenvolvedores, o que e como essa implementação deve ser feita. 

A criação de design systems é um recurso fundamental para garantir a consistência e a coerência do design em todo o produto, possibilitando consultas e ajustes quando necessário.

Conclusão

O design de interação é uma abordagem fundamental para a experiência do usuário com uma interface digital e deve ser implementada nas estratégias de UX Design. Sua aplicação no desenvolvimento de um produto garante uma experiência agradável, intuitiva e satisfatória no processo de interação direta entre usuário e interface.

Agora você já sabe como funciona esse processo e a importância de implementá-lo ao construir um produto ou serviço, prezando por criar experiências de uso significativas para o usuário.

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